O Economista Português encontrou há dias um amigo, afastado do poder executivo. O amigo perguntou-lhe : se fossemos nós a governar, faríamos diferente em termos de política económica? Quais as diferenças?
Desafiado de surpresa, O Economista Português respondeu mais ou menos o seguinte:
- Teríamos que propor um objetivo económico aos portugueses e dar-lhes certezas: ninguém combate duradouramente para se destruir
- Talvez houvesse mais austeridade, por um período breve e reconhecido como excecional, mas haveria um desígnio nacional com o que isso implica de solidariedade e de crescimento económico-social
- A participação social deveria aumentar, responsabilizando os portugueses
- Os portugueses seriam pagos pelos seus sacrifícios de modo tangível, ainda que diferido: nem que fosse em promessa de títulos futuros da dívida pública; a haver congelamento de salários no privado, os empregados seriam pagos em títulos de poupança, que seriam líquidos em data futura – ou por outra forma acordada entre empregadores e empregados;
- Portugal seria convidado a dar prioridade à produção e não a desempregar pessoas; passaria a haver crédito à produção e em particular à exportação: Joseph A. Schumpeter ensinou que as crises económicas são um «processo de destruição criadora» mas em Portugal nesta crise estamos apenas a apoiar a parte da destruição, e não a parte criadora; o crédito seria incentivado a dirigir-se à criação de riqueza
- Seria estabelecido um seguro de crédito à exportação
- A solidariedade nacional seria reforçada
- Passaria a haver uma política externa portuguesa com incidência económico-financeira:
- em vez da reedição do Mapa Cor-de-Rosa, em que Portugal se apoia na Alemanha e só na Alemanha, renovaríamos a nossa aliança com os Estados Unidos, e noutro plano não esqueceríamos a China nem o Japão;
- poríamos fim ao nosso isolamento europeu, desenvolvendo relações com a Espanha, a França, a Itália e o Reino Unido, sem descurarmos a Alemanha;
- na União Europeia, defenderíamos os nossos interesses, no respeito dos nossos compromissos;
- novas dimensões seriam dadas à diplomacia financeira: apelaríamos às comunidades emigradas, como a Irlanda tem feito; apelaríamos ao Brasil e a Angola, entre outros; poríamos termo à velha ilusão dos financiamentos árabes, que só nos tem custado tempo e dinheiro.
O Economista Português atreve-se a expor aos leitores esse improvisado plano de emergência, esperando que ele estímule novas propostas construtivas.
Excelente plano e um óptimo desafio para novas propostas construtivas. A primeira dificuldade, certamente ultrapassável, é propor um objectivo económico atingível.
Parabens pela coragem de expor este plano brilhante de desafiador,mas na sua essencia construtivo e mesmo com a clara apresentação das possiveis dificuldades e sacrifícios , é objetivo e sua viável execução com gds. chances de acerto…..Continue apresentando sugestões sr. economista….