O Engº António Mexia, presidente executivo da EDP, ao apresentar ontem os resultados da empresa em 2013, classificou-os de «bons», e qualificou: tendo em conta «o enquadramento de mercado e regulatório muito exigente»; noutro passo afirmou: em 2013 houve «um enquadramento regulatório com efeitos negativos muito claros». O Engº Mexia sugeriu que o Estado penalizou a empresa quase monopolista da eletricidade.
Nada de menos exato. O Jornal de Negócios informava ontem que a taxa efectiva de imposto do grupo EDP baixou de 19% para 14%; desde 2006, que a EDP não pagava tão poucos impostos.
Os resultados, cerca de um bilião de euros, parecem ser os mais baixos desde 2007. Por causa do Estado? Não. Porque a EDP resolveu o ano passado diminuir o seu endividamento líquido em 0,78 biliões de euros, um pouco menos do que os proveitos declarados. A liquidez do quase monopólio também melhorou, mas O Economista Português não teve acesso ao balanço da EDP. Se tivermos em conta os lucros não distribuídos, parece que a rendibilidade da EDP aumentou.
Mesmo a troika nos manda aumentar o controle dos produtores de bens não transacionáveis, como em larga medida continua a ser a eletricidade. O governo e a oposição oficial, porém, preferem manter a EDP bem disposta. A ilustração seguinte mostra uma das causas desse comportamento, que tão caro sai aos contribuintes portugueses: o carinho da EDP para com os jornais portugueses (pelo menos alguns) é mais explícito d concreto do que o manifestado aos seus clientes.
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