Covid-19: As Vias Chinesa e Inglesa ou o Mito da Caverna

A ciência avançou um pouco desde a Peste Negra

A intoxicação dos media/governo/oposições/doutores da mula russa sobre o Covid-19 não deixa espaço para uma informação científica e pluralista sobre as vias para combater essa epidemia. Há basicamente duas vias para combater o vírus: a chinesa e a inglesa.

A via chinesa consiste em isolar quem transporta o vírus, os infetados. Se o isolamento for iniciado no começo do surto, a medida é mais eficaz. Mas nunca é totalmente eficaz: o isolamento do vírus só mata os vírus mais fracos e não imuniza a população ameaçada. Imunizar é aumentar as defesas do organismo ameaçado. A via chinesa apenas adia o problema e é no essencial o que aprendemos no combate à peste na Idade Média. A via chinesa é seguida pela Itália, pela França, pela Espanha, pelo menos. A Alemanha parece indecisa. Putin convida a sua velha amiga Merkel a seguir a via chinesa mas ela ainda não parece decidida (por fita?) a rejeitar o modelo britânico.

O modelo britânico consiste em proteger as populações de risco (idosos, asmáticos, sujeitos de quimioterapia, diabéticos, etc,) apoiar a produção de vacinas, aumentando o seu uso para incrementar a autonomização e esperar que o normal crescimento do vírus institua na população atacada os antivírus que o tornarão inofensivo. É o princípio da imunização coletiva ou da imunização da manada. Este princípio é aceite por todos os especialista de saúde pública e é ele que explica que os governos do continente europeu em geral tenham que decidir contra a orientação científica. Ao passo que o governo de Londres segue a sugestão dos cientistas (não por ser o governo do Sr. Johnson mas por ser o governo britânico). Na aplicação deste modelo, o Sr. Boris Johnson não fecha escolas nem proíbe a abertura de bares mas informa os cidadãos dos riscos que correm e protege tantoquanto pode os grupos de risco.

O Economista Português recomenda o modelo britânico. O chinês só em raríssimos casos extermina um novo vírus. Quando não o extermina, ei-lo pronto a voltar quanto terminam as medidas policiais. Num país europeu, o modelo chinês é inaplicável: o Sr. Philippe, primeiro ministro francês, ralhou ontem com os seus compatriotas por eles irem para os jardins em vez de ficarem fechados em casa. Os italianos parecem aplaudir a prisão sanitária domiciliária mas não a respeitam. Quem aplica o modelo chinês precisa do Exército Vermelho para não deixar os cidadãos sair de casa. Provavelmente, em breve veremos os carros de combate espanhóis patrulharem as ruas madrilenas, para matarem o vírus Covid-19. A imunologia britânica é mais eficaz no conflito do homem com a natureza do que a brutalidade (fascista, comunista). Veremos.

Já vimos referido contra o modelo britânico que o nosso sistema hospitalar precisa de ganhar tempo para combater o coronavirus. Trata-se de uma ilusão. Já tivemos responsáveis que falaram em meter um milhão de doentes engripados nos hospitais. A França continua a sugerir que todas as vítimas de Covid-19 procurem uma cama num hospital. Estamos perante casos próximos do delirum tremens. Os doentes deste vírus, exceto casos graves já de pneumonia, serão tratados nas suas casinhas.

Que não haja dúvidas, porém: ambos os modelos exigem que os políticos nos tratem com os prisioneiros da caverna de Platão. No modelo chinês, estamos presos na caverna platónica e a mentira governamental é não sabermos que não há cura e alguns morrerão (também não nos dizem que temos que aceitar a prisão domiciliária, a bem ou a mal); no modelo britânico, não sabemos que alguns terão que morrer para os outros se curarem (imunizarem). Mas sabemos que há cura. Tem defeitos, mas é o método científico. Mas exige capacidade de liderança, uma mercadoria inexistente em muitos países.

O leitor, se assim o entender, aplicará ao nosso país o que acima fica escrito.

2 responses to “Covid-19: As Vias Chinesa e Inglesa ou o Mito da Caverna

  1. os ingleses não devem ler este blog: estão a mudar para a via chinesa…

  2. Obrigado.
    Se o leitor reler o artigo, com atenção por certo concluirá que a Ingletarre não aderiu à via chinesa, ainda que tenha cedido a uma opinião púbçica receosa e mal informada., por certo