Covid19: A Taxa de Imunidade natural é 7% – 24% e não 70%, revela um Estudo Epidemiológico

As «caixas» da epidemia Covid19 e as taxas de imunidade variam no modelo clássico usado pelo Imperial College (acima) e nos modelos com segmentação do público, como o de Lewis (abaixo). Fonte: Why herd immunity to COVID-19 is reached much earlier than thought

A taxa de imunidade natural do Covid19 varia entre 6,9% e 23,6% de infetados em relação à população total, revela um estudo acabado de ser publicado na WEB da autoria de Nicholas Lewis. Esse estudo foi-nos comunicado pelo Epidemiologista Anónimo, a quem agradecemos a atualizada e significativa novidade.

A imunidade natural, ou herd immunity, significa que uma dada população se tornou imune a uma epidemia por meios naturais, isto é, pela variaçáo do número de infetados sem recurso a vacinas.

Julgava-se que a imunidade natural face ao novo coronavírus era muito mais elevada, da ordem dos 60% a 70% de infetados em proporção da população atingida. A chancelatrina Merkel referira este último valor. O estudo do Imperial College de Londres que previa para atingir a herd immunity meio milhão de mortes inglesas sem confinamento assentava em valores dessa ordem. Esse estudo do Imperial foi elaborado por Neil Ferguson (nada a ver com o famoso historiador económico Neill Ferguson) e Lewis critica-o. O erro de Ferguson foi considerar, como aliás nos modelos clássicos, que todos os indivíduos da população atingida é homogénea e todos os seus membros individuais têm a mesma propensão para serem infetados. Ferguson tentou corrigir esta falha mas não segmentou que bastasse, escreve Lewis.

Já era conhecido que vários epidemiologistas andam a trabalhar em modelos com segmentação da população que têm como resultado baixasra taxa de imunização e portanto o número de mortes, na medida em que esté tem uma relação com o número de infetados. Entre eles está Gabriela Gomes, matemática portuguesa, aliás citada com destaque por Lewis.

Lewis usa um modelo matemático simples e instrumentos estatísticos também simples.

Lewis trabalha com um modelo SEIR: suscetíveis S/não infetados; expostos E/latentes; infetados I /doentes; recuperados/inofensivos.

O modelo de Lewis é epidemiológico e por isso os segmentos são definidos em função do seu comportamento face à epidemia. A velocidade de contágio é particularmente relevante. A velocidade é medida pelo coeficiente de variação (CV) dos fatores de conetividade social. Para um CV maior, a taxa de imunização é mais baixa.

No nosso país a taxa de imunização natural deve andar pelos 2%, segundo se deduz do inquérito da Fundação Champalimaud.

Este artigo científico abre uma nova esperança de curar o Covid19 nos pulmões dos doentes e nas cabeças deles e em particular dos decisores políticos .

O estudo referido está disponível em

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